sexta-feira, 29 de julho de 2011

Conheça os novos ventos musicais que sopram da Argentina


BUENOS AIRES - O tango ilustra como nenhum outro gênero a história argentina. É emocionante, dramático, visceral. A música eletrônica anima a noite de Buenos Aires - a ponto de suas casas noturnas serem consideradas verdadeiras maravilhas por jovens do mundo inteiro. Quando os dois se uniram, por obras de grupos como Bajofondo ou Gotan Project, viram produto de exportação - e o Brasil costuma fazer parte de seus roteiros de turnês. Já o rock argentino, maduro e com uma musculatura que o torna forte em toda a América Latina (em alguns casos, estende-se à Europa e Estados Unidos), ainda passa ao largo dos palcos brasileiros.
São poucos os artistas ligados ao rock argentino que conseguiram, como o compositor Fito Paez, furar o "bloqueio" da língua brasileira. A banda Soda Stereo, que durou de 1982 a 1997 (e deu um "último suspiro" em 2007) ainda hoje é idolatrada em todo o continente, mas só "penetrou" no Brasil através de duas versões de seu hit "De música ligera", uma dos Paralamas do Sucesso (com o mesmo título) e outra, do Capital Inicial, rebatizada "À sua maneira". Os Babasónicos, surgidos em 1990 e ainda está em atividade, também organizam turnês internacionais de sucesso, mas são literalmente ignorados por aqui.
O mesmo se deu com Los Fabulosos Cadillacs, importantes renovadores do ska com sotaque portenho. O grupo chegou a ter dois discos lançados no Brasil nos anos 90, "Fabulosos calavera" (1997) e "La marcha del golazo solitário" (1999), mas nem assim furou o tal bloqueio. Mas, como a internet encurta as distância, listamos 10 artistas argentinos em atividade atualmente que merecem ser ouvidos (clique nos nomes para conhecer mais do trabalho de cada um).
Banda de Turistas / Reprodução
Banda de Turistas - Em ação desde 2006, o grupo de garotos portenhos flerta com a psicodelia, seguindo a cartilha indie en español de grupos como Babasónicos. Seu álbum mais recente, "El retorno", foi considerado "um disco brilhante, noturno e sofisticado" pela "Inrockuptibles", uma das publicações musicais mais respeitadas da Argentina. Apesar de jovens, atraíram a atenção do herói do britpop Jarvis Corker, para quem abriram shows, e do produtor Mario Caldato Jr. (responsável por discos de Beastie Boys a Super Furry Animals), com quem acabaram trabalhando.
Boom Boom Kid - Os moderninhos adoram a banda, que nasceu em 2000. O vocalista Carlos Rodriguez e companhia vão de baladas ao hardcore, passando de boleros ao punk e música de amor.
The Calefons / Reprodução
The Calefons - Descrita pelos portenhos como "O Cansei de Ser Sexy argentino". As principais influências, segundo a página oficial no Facebook, são "a sociedade, os aposentados da Praça de Maio, as mães da Praça de Maio...". A intenção dessas "chicas" travessas - eles não são travestis, garantem -, que se "montam" para subir aos palcos ou para sair às ruas, é chocar através de seu rock-pop-salsa-batuque de textura hipster.
The Siniestros - Formada em 2008, traz para a sua música influências de rock psicodélico dos anos 1960, numa "orgia" de R&B, baladas, punk mexicano e indie rock. Seu primeiro álbum, "Ritmovértigo", é de 2008.
Liers / Reprodução
Liers - Banda formada, há dois anos, por cinco mulheres, sendo uma delas - a guitarrista Sura Sepulveda - brasileira. A maior influência, assumida, da banda é Iggy Pop and The Stooges. Elas já se apresentaram em São Paulo, mas acreditam que o rock, na Argentina, tem mais receptividade do que no Brasil. Mesmo que suas composições sejam todas em inglês. No palco, costumam fazer apresentações bem intensas.
Satan Dealers - Desde 1999 na ativa, eles fazem um som garage rock, influenciados pelo rock'n'roll dos anos 1970, como The Stooges. A banda, que já passou pelo Brasil, tem três discos: "By my side" (2000), um EP "Roaming songs" (2002) e "...The brightest view" (2003).
Árbol / Reprodução
Árbol - Rock, hardcore, reggae, rap, funk e música eletrônica. A banda, que não poderia ser mais eclética em seu estilo, nasceu em 1994 e tem sete discos gravados. Os lançamentos também são muito variados, passando por produção independentes, selos alternativos e grandes gravadoras, como a Universal Music. Suas composições são imprevisíveis: eles vão do country ao reggae e do funk ao hardcore sem escalas, com resultados por vezes surpreendentes.
Dante Spinetta - Filho de uma lenda do rock argentino, Luis Spinetta, ele próprio marcou seu nome na música do país com a dupla de hip-hop/pop Illya Kuriaki and the Valderramas. Após o fim do grupo, seguiu em carreira solo, mesclando rap, jazz e soul com um tanto de elegância e outro de safadeza. Em 2010, lançou o álbum "Pyramide".
Juana Molina / Divulgação
Juana Molina - Lembra a islandesa Björk. Mas no melhor dos sentidos. Depois de iniciar a carreira como atriz, Juana enveredou pela música, que no seu caso oscila entre o eletrônico e o ambient, com um folk subliminar para costurar tudo. Compoe, grava e mixa as próprias músicas. Mas quem as distribui é a gravadora Domino, a mesma de Franz Ferdinand e Arctic Monkeys. Tem cinco discos lançados; entre eles "Tres cosas", de 2004, foi considerado um dos 10 melhores do ano pelo "The New York Times". Seu trabalho mais recente é "Un día", de 2008.
Utopians - Faz parte da tradição argentina ter uma banda punk rock garagista entre as sensações do momento. A vocalista e guitarrista é considerada a Patti Smith de Buenos Aires, embora o shortinho curto estabeleça algumas diferenças. Além da roqueira nova-iorquina, a banda também busca inspiração em Talking Heads e Television e outras bandas de rock setentista. A agenda de shows, para divulgar o primeiro disco "Inhuman" (2007), está cheia até setembro.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/07/28/conheca-os-novos-ventos-musicais-que-sopram-da-argentina-925001962.asp#ixzz1TXiPqT55 
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