segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

PEQUENA CRÔNICA DO FIM DE ANO (OU DO MUNDO?).



Dezembro é tempo de reflexão...já notaram que é assim que começa toda crônica de fim de ano? Pois é vou começar assim também, se todo mundo começa desse jeito, então é porque deve ser esse o jeito certo de começar. Até porque realmente poucas coisas mudaram nesse mundo de meu Deus, então não faz sentido que eu mude o começo das crônicas de final de ano, e as coisas que mudaram foram para pior, os corruptos ficaram mais corruptos, a violência ficou mais violenta (isso é redundante?)... sei que estou sendo um chato pessimista, e que vocês querem ler uma crônica que os motivem a encarar o ano que vem chegando, por isso é que eu vou mudar de assunto, pois bem, dezembro é tempo de (re)fazer promessas, traçar metas e etc. (acho que não mudei de assunto, talvez no próximo parágrafo eu consiga).

O ano está se acabando “E o que você fez?”. Confesso que vez por outra essa perguntinha já perpassa pela minha cabeça (na cabeça de vocês não?), ela chega de repente, vem enjoativa como na canção com a voz da Simone, e eu me pego a pensar no que fiz, e descubro que não fiz nada de extraordinário, só que isso não me abala, já que os melhores momentos da vida  da gente não saem no jornal nacional. Mas por outro lado algumas coisas me marcaram profundamente, embora não sejam feitos dignos de um Nobel, foram realizações simples que impregnaram em mim como uma tatuagem que eu carregarei para a vida toda (já escrevi coisas melhores e menos piegas), e essas lembranças-tatuagens pode vir a ser um dos livros dos quais eu li, um filme que passou, um disco que ouvi, enfim algo que significou pra mim nesse ano, e que no futuro quero me lembrar de ter vivido... Quero lembrar, por que lembrando essas coisas vão permanecer vivas. (E vocês fizeram alguma coisa nesse ano que vão gostar de (re)lembrar por todo o resto de suas vidas?).

Agora sim, mudando de assunto, deixando o ano velho de lado e partindo para o ano novo, primeiro confesso que estou com medo que ele nem chegue, pois circula por aí uma profecia que em 2012 se dará o fim do mundo, eu não acredito nesse negocio de profecia, embora reconheça que literalmente para muito trabalhador o fim do mês, já é uma espécie de fim do mundo. Segundo, levando em conta a situação em que se encontra o planeta, sei não hein? Fico com um pé atrás... Poxa, será que tudo vai para o beleléu sem que eu tenha me formado, sem que tenha publicado um livro, plantado uma árvore, e criado um filho? Oxente, e de que diabos adiantaria ter feito tudo isso, se o mundo acabasse? É melhor não pensar nisso.

Só que o mundo não vai acabar, pelo menos espero que não (o Armagedon não sai da minha cabeça), então gostaria de encerrar essa crônica dizendo que concordo plenamente com o poeta Drummond (toda crônica de fim de ano que se preze cita esses enfadonhos e verídicos versos drummonianos), digo e repito cada letra, do que ele fez questão de escrever: “Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. ’’ mas a gente não se entrega, a gente sempre segue na luta “Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente”. E será! Digo isso caso o mundo não se acabe.

Texto: Bruno Paulino (O Sertão é Noticia)

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